Seção VI
Dos
Livros
Art. 26.
Os serviços notariais e de registro optantes pela prestação do serviço criarão
livro de protocolo específico para recebimento de requerimentos de conciliação
e de mediação.
1º O
livro de protocolo, com trezentas folhas, será aberto, numerado, autenticado e
encerrado pelo oficial do serviço notarial e de registro, podendo ser
utilizado, para tal fim, processo mecânico de autenticação previamente aprovado
pela autoridade judiciária competente.
2º Do
livro de protocolo deverão constar os seguintes dados:
I - o número de ordem, que seguirá indefinidamente nos livros da mesma espécie;
II - a data da apresentação do requerimento;
III - o
nome do requerente;
IV - a
natureza da mediação.
Art. 27.
Os serviços notariais e de registro que optarem por prestar o serviço deverão
instituir livro de conciliação e de mediação, cuja abertura atenderá às normas
estabelecidas pelas corregedorias-gerais de justiça dos Estados e do Distrito
Federal e dos Territórios.
1º Os
termos de audiência de conciliação ou de mediação serão lavrados em livro
exclusivo, vedada sua utilização para outros fins.
2º Os
livros obedecerão aos modelos de uso corrente, aprovados pelo juízo da vara de
registros públicos.
3º Os
números de ordem dos termos de conciliação e de mediação não serão interrompidos
ao final de cada livro, mas continuarão indefinidamente nos seguintes da mesma
espécie.
4º Poderá ser adotado simultaneamente mais de um livro de conciliação e de mediação para
lavratura de audiências por meio eletrônico.
5º Deverá ser adotado pelos serviços notariais e de registro livro de carga físico, no
qual serão correlacionados os escreventes e os livros quando o serviço
utilizar, concomitantemente, mais de um livro de conciliação e de mediação.
6º O
livro sob a responsabilidade de um escrevente é de seu uso exclusivo, permitida
a utilização por outro escrevente apenas com autorização prévia do notário e do
registrador, lançada e datada no livro de carga.
Art. 28.
O livro de conciliação e de mediação terá trezentas folhas, permitido o
acréscimo apenas para evitar a inconveniência de cisão do ato.
1º Além
do timbre do serviço notarial e de registro, todas as folhas conterão o número
do livro e do termo de conciliação ou de mediação correspondentes, numeradas em
ordem crescente por sistema mecânico ou eletrônico.
2º Eventual erro material na numeração das folhas poderá ser corrigido pelo
notário ou registrador, devendo constar do termo de encerramento.
3? O
livro eletrônico somente poderá ser adotado por sistema que garanta a
verificação da existência e conteúdo do ato, subordinando se às mesmas regras
de lavratura atinentes ao livro físico.
Art. 29.
Nos termos de audiências de conciliação e de mediação lavradas em livro de
folhas soltas, as partes lançarão a assinatura no final da última, rubricando
as demais.
Parágrafo único. Se os declarantes ou participantes não puderem, por alguma
circunstância, assinar, far-se-á declaração no termo, assinando a rogo outra
pessoa e apondo-se à margem do ato a impressão datiloscópica da que não
assinar.
Art. 30.
As folhas soltas utilizadas serão acondicionadas em pasta própria,
correspondente ao livro a que pertenciam, ate a encadernação, que ocorrerá no
período de até 60 (sessenta) dias subsequentes à data do encerramento.
Parágrafo único. O encerramento será feito imediatamente após a lavratura do último termo
de audiência, ainda que pendente o decurso do prazo previsto no caput deste
artigo para ultimação do ato previamente praticado e não subscrito.
Art. 31.
O livro de conciliação e de mediação conterá índice alfabético com a indicação
dos nomes das partes interessadas presentes à sessão, devendo constar o
número do CPF/CNPJ - ou, na sua falta, o número de documento de identidade - e
a referência ao livro e folha em que foi lavrado o termo de conciliação ou de
mediação.
Parágrafo único. Os índices poderão ser elaborados pelo sistema de fichas, microfichas ou
eletrônico, em que serão anotados os dados das partes envolvidas nos
procedimentos de mediação ou de conciliação.
Art. 32.
O livro e qualquer documento oriundo de conciliação ou de mediação
extrajudicial deverão permanecer no ofício e quaisquer diligências
judiciais ou extrajudiciais que exigirem sua apresentação serão realizadas,
sempre que possível, no próprio ofício, salvo por determinação judicial, caso
em que o documento ou o livro poderá deixar o serviço extrajudicial.
Art. 33.
Os serviços notariais e de registro deverão manter em segurança permanente os
livros e documentos de conciliação e de mediação, respondendo pela ordem,
guarda e conservação.
Parágrafo único. O livro de conciliação e de mediação poderá ser escriturado em meio
eletrônico e o traslado do termo respectivo poderá ser disponibilizado na rede
mundial de computadores para acesso restrito, mediante a utilização de código
específico fornecido às partes.
Art. 34.
Os documentos eventualmente apresentados pelas partes para a instrução da
conciliação ou da mediação serão examinados e devolvidos a seus titulares
durante a sessão, devendo os serviços notariais e de registro manter em arquivo
próprio, além do requerimento firmado pelas partes, todos os documentos que
julgar pertinentes.
Art. 35.
Os serviços notariais e de registro observarão o prazo mínimo de 5 (cinco) anos
para arquivamento dos documentos relativos a conciliação e mediação.
Parágrafo único. Não subsistirá a obrigatoriedade de conservação dos documentos
microfilmados ou gravados por processo eletrônico de imagens.
Seção VII
Dos
Emolumentos
Art. 36.
Enquanto não editadas, no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, normas
específicas relativas aos emolumentos, observadas as diretrizes previstas pela
Lei n. 10.169, de 29 de dezembro de 2000, aplicar-se-á às conciliações e às
mediações extrajudiciais a tabela referente ao menor valor cobrado na lavratura
de escritura pública sem valor econômico.
1º Os
emolumentos previstos no caput deste artigo referem-se a uma sessão de até 60
(sessenta) minutos e neles será incluído o valor de uma via do termo de
conciliação e de mediação para cada uma das partes.
2º Se
excedidos os 60 (sessenta) minutos mencionados no parágrafo anterior ou se
forem necessárias sessões extraordinárias para a obtenção de acordo, serão
cobrados emolumentos proporcionais ao tempo excedido, na primeira hipótese, e
relativos a cada nova sessão de conciliação ou de mediação, na segunda
hipótese, mas, em todo caso, poderá o custo ser repartido pro rata entre as
partes, salvo se transigirem de forma diversa.
3º Será considerada sessão extraordinária aquela não prevista no agendamento.
Art. 37. É vedado aos serviços notariais e de registro receber das partes qualquer
vantagem referente à sessão de conciliação ou de mediação, exceto os valores
relativos aos emolumentos e despesas de notificação.
Art. 38.
Na hipótese de o arquivamento do requerimento ocorrer antes da sessão de
conciliação ou de mediação, 75% (setenta e cinco por cento) do valor recebido a
título emolumentos será restituído ao requerente.
Parágrafo único. As despesas de notificação não serão restituídas, salvo se ocorrer
desistência do pedido antes da realização do ato.
Art. 39.
Com base no art. 169, § 2º, do CPC, os serviços notariais e de registro
realizarão sessões não remuneradas de conciliação e de mediação para atender
demandas de gratuidade, como contrapartida da autorização para prestar o
serviço.
Parágrafo único. Os tribunais determinarão o percentual de audiências não remuneradas,
que não poderá ser inferior a 10% da média semestral das sessões realizadas
pelo serviço extrajudicial nem inferior ao percentual fixado para as câmaras
privadas.
Seção
VIII
Das
Disposiçes Finais
Art. 40.
Será vedado aos serviços notariais e de registro estabelecer, em documentos por
eles expedidos, cláusula compromissária de conciliação ou de mediação
extrajudicial.
Art. 41.
Aplica-se o disposto no art. 132, caput e § 1º, do Código Civil brasileiro a contagem dos prazos.
Art. 42.
Este provimento entra em vigor na data da sua publicação, permanecendo válidos
os provimentos editados pelas corregedorias de justiça no que forem
compatíveis.
Ministro
JOÃO OTÁVIO DE NORONHA
Fonte:
CNJ
04/05/2020 » INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 99, DE 30 DE DEZEMBRO DE 2019 |
09/04/2020 » SANCIONADO COM VETOS TEXTOS DA MP DA RENEGOCIAÇÃO DAS DÍVIDAS AGRÍCOLAS |
08/04/2020 » LEI Nº 13.986, DE 07 DE ABRIL DE 2020 - AGRONEGÓCIO |